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A expansão do mercado de fitness e wellness no mundo e no Brasil



O contexto da economia capitalista gerou transformações no mundo do trabalho, que repercutiram nas academias de ginástica gerando várias transformações: aluno torna-se cliente, a mercadoria não é produzida para o consumo, mas para venda; o educador físico passa a ser um vendedor15.
    Uma tendência fundamental nesse processo é a mudança na visão adotada pelas academias ao deixar de enfocar o conceito de fitness e passar a enfocar o conceito de wellness15O termo fitness está associado à capacidade de realizar atividades físicas e promoção de condicionamento físico. Sob esse termo se enquadram as academias mais tradicionais que oferecem apenas atividades como ginástica aeróbica, alongamento e musculação16. As academias de ginástica surgiram tendo essa finalidade, tanto é que os donos das pri­meiras academias muitos deles eram halterofilistas, atletas, ou pessoas que, em geral, estavam envolvidas em práticas corporais. Com o desenvolvimento do ramo das aca­demias de ginástica como negócio, ou seja, com a boa capacidade de acumulação de capital apresentada pelas academias de ginástica, a visão antes restrita ao fitness foi se ampliando e aos poucos foram sendo aglutinados outros enfoques para atingir seu mercado de forma mais eficaz e também ampliar seu público alvo15. Surge o wellnessque parte de um entendimento mais amplo de bem-estar, incluindo aspectos emocionais, sociais, físicos e intelectuais, remodelando o conceito das antigas academias para centros de bem-estar, ampliando a gama de atividades como yoga, dança, shiatsu, lanchonete e restaurantes com comidas balanceadas16.
    Essa mudança de enfoque do fitness para o wellness acompanha, portanto, a consolidação e o desenvolvimento das academias como um negócio15. Dessa forma, a cada dia cresce o mercado de fitness e wellness impulsionado pelos que procuram melhor qualidade de vida e saúde e por aqueles que anseiam os padrões de beleza valorizados pela sociedade17.
    O mercado mundial de academias de ginástica e condicionamento físico é liderado pelos EUA, onde cerca de 13% da população – 33 milhões de pessoas – frequentavam estes estabelecimentos em 2000. Em dados de 2003, esta participação correspondia a 23000 academias de health and sportclubs que somavam em faturamento 12,2 bilhões de dólares. A segunda posição no mercado de fitness, em 2006, era ocupada pela Inglaterra, cujo giro financeiro se situava próximo a US$2,4 bilhões / ano, porte similar ao mercado alemão ocupante da terceira posição18.
    No Brasil, há dez anos, havia um número de pessoas abaixo da linha de pobreza, o que tornava difícil falar de negócios de malhação em um país onde a população muitas vezes não tem o que comer19. Apesar deste contexto, segundo Bertevello18, em 2006, o Brasil ocupava o quarto lugar no mercado de fitness com um faturamento anual, naquela época, de US$1,2 bilhões.Segundo estimativas da Associação Brasileira de Academias (ACAD), no ano de 2004, as 7 mil filiadas atendiam a um público de aproximadamente 5,6 milhões de pessoas17. A partir do ano de 2007, duplicaram o número de academias existentes no país, passando de 7 mil estabelecimentos para mais de 14 mil, segundo dados da International Health, Racquet and Sportsclub Association (IHRSA). Esse crescimento deve-se ao incremento da qualidade de vida, que aos poucos levam as pessoas a ter acesso a políticas de bem-estar e saúde19.
    O aumento da longevidade no Brasil, as políticas de prevenção de doenças e as campanhas de esclarecimento também tem colaborado para intensa procura dos produtos wellness. Os consumidores já veem a melhoria de hábitos alimentares como um investimento que representa economia em tratamentos médicos e proporciona melhor performance nas atividades pessoais e profissionais20.
    O segmento das academias de ginástica também vem passando por uma mundialização em seus investimentos, bem como o surgimento de gigantescas cadeias corporativas que deslocam seu capital para diversas partes do mundo, configurando-se como verdadeiras empresas multinacionais16.
    A atividade econômica do esporte/práticas corporais vem gerando no Brasil cerca de 41 bilhões de reais, o que corresponde a 2% do PIB. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, a indústria de artigos esportivos faturou em 2006 na faixa de 27,7 bilhões de reais em indumentária, calçados, acessórios, equipamentos importados, alimentos, bebidas e vitaminas16.
    O levantamento realizado pela ACAD em 2003 mostrou que a mensalidade média nas academias era de R$55, 00, sendo arrecadados R$1,5 bilhões por este setor. No período relativo aos anos de 1999 e 2000, houve um crescimento de 12,3% ao ano. Esse número em 2003, já correspondia a 55,6%. Em resumo, é indiscutível a grande escala e ritmo de crescimento do mercado brasileiro de academias18.
    Neste contexto é importante conhecer o perfil do praticante de atividade física brasileiro e qual tipo de atividade/atendimento buscam nesses estabelecimentos.



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