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Conheça seus genes e adapte o treino para alcançar o melhor desempenho

euatleta coluna Lia cansaço recuperação (Foto: Getty Images)
Se você está se preparando para uma maratona ou alguma outra competição, provavelmente está treinando intensivamente no mínimo seis dias por semana. Se pensa em descansar um pouco, vem a preocupação de baixar o rendimento. Porém alguns estudos vêm sinalizando que a musculatura precisa se adaptar ao estresse produzido pela atividade física intensa e vigorosa, e o treino intenso e interrupto impede que isso aconteça.
O treino sem pausas faz com que o corpo tenha mais dificuldade em se adaptar e ficar mais resistente, pois esse processo ocorre justamente nos intervalos de recuperação. A tendência a lesões também pode aumentar se esses intervalos não forem respeitados.
A ideia por trás do descanso é incorporar uma abordagem sistemática para o exercício, que permite colocar uma quantidade apropriada de estresse no corpo e, em seguida, recuperar. Assim o organismo irá se adaptar melhor à mudança, de modo que, gradativamente, poderá aumentar a quantidade de estresse a cada novo programa.
Quando se inicia um treinamento mais forte do que o habitual, é normal que se enfrente um período de dor ou dificuldade que reduz o desempenho. Mas se for incorporado um período de recuperação, os tecidos adaptam-se de várias formas fisiológicas, levando a um aumento do desempenho. 
Nem sempre a recuperação precisa ser sinônimo de descanso. Existe a recuperação passiva ou ativa. Nessa última, há uma redução na frequência ou no número de exercícios, volume ou número de séries e repetições. Uma abordagem comum é alternar dias difíceis e fáceis. O treino continua, mas em um volume e uma frequência mais baixa.
A recuperação como parte do plano de atividade é importante para todos os atletas, mas ela também possui uma variação dependendo da variabilidade genética individual. Existem variantes nos genes que sinalizam uma necessidade maior de tempo de recuperação em relação aos que não apresentam essa variante. Muitas vezes, o excesso de treino pode acabar prejudicando a performance desses atletas.  
Um dos genes conhecidos como influenciador da capacidade de recuperação é o CHRM2. A presença de uma alteração nesse gene, ou seja, um polimorfismo, indica a necessidade de um plano de recuperação pós-exercício individualizado.
Outro aspecto importante em relação aos fatores genéticos são as lesões. Atletas com variações nos genes MMP3 e COL5A1 apresentam uma predisposição maior para a ocorrência de lesões. Com essa informação, o atleta pode direcionar de maneira adequada o seu treinamento para evitar lesões.
A busca pela alta performance hoje faz com que os atletas apresentem uma alto nível de preparo e dedicação. Cada segundo pode fazer uma grande diferença e, com a individualização desse processo, a recuperação não é perda, mas ganho de tempo. Para alguns, ela é fundamental para a longevidade no esporte.
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POR LIA KUBELKA DE CARLOS BACK
Mestre em biotecnologia e doutora em biologia celular e do desenvolvimento com habilitação em genética molecular humana pela UFSC. É membro da American Society of Human Genetics e do Institute for Functional Medicine. Hoje é diretora técnica do Biogenetika, centro de medicina individualizada.


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