Osteoporose: Exercício Funcional é Seguro?
A osteoporose é uma das condições mais desafiadoras para quem trabalha com idosos. Por se tratar de uma doença silenciosa e progressiva, ela fragiliza o esqueleto sem dar sinais até que ocorra a primeira fratura — muitas vezes, em vértebras, quadris ou punhos.
Diante dessa realidade, muitos profissionais da saúde e movimento ficam inseguros ao propor exercícios mais dinâmicos, como os funcionais, por medo de causar algum tipo de dano. Mas a grande pergunta é: funcional é seguro para quem tem osteoporose?
A resposta, com base em evidências e na prática clínica, é sim — desde que bem estruturado e com a individualização necessária. E mais do que seguro, ele é fundamental para preservar a função, a postura e a autonomia.
Entendendo a Osteoporose no Corpo em Movimento
A osteoporose reduz a densidade mineral óssea e altera a microarquitetura do osso, tornando-o mais suscetível a fraturas. Mas o que nem todos percebem é que essa fragilidade óssea vem acompanhada de outras perdas associadas:
✔ Sarcopenia (perda muscular relacionada à idade)
✔ Alterações posturais, como hipercifose torácica
✔ Diminuição do equilíbrio e do tempo de reação
✔ Quedas frequentes, muitas vezes com traumas importantes
✔ Restrição voluntária da mobilidade por medo de se machucar
Esses fatores, somados, aumentam drasticamente o risco de fraturas e de perda funcional. O exercício funcional entra justamente para interromper esse ciclo.
Por que o Funcional é Importante na Osteoporose?
O objetivo do funcional não é apenas fortalecer músculos, mas melhorar a performance em atividades do dia a dia com segurança. Isso é ainda mais necessário em idosos com osteoporose, que precisam de força, equilíbrio e controle postural para evitar quedas e reagir melhor a desequilíbrios.
✔ Estimula os ossos por meio da carga axial e impacto leve
✔ Melhora o equilíbrio dinâmico, reduzindo risco de quedas
✔ Fortalece musculaturas estabilizadoras (core, MMII e paravertebrais)
✔ Reforça o controle postural em atividades como sentar, levantar, girar, alcançar
✔ Promove mobilidade funcional, mesmo em pessoas com dor ou rigidez articular
✔ Traz confiança corporal, o que reduz o medo de se mover
Mas e o risco de fratura?
Essa é a maior preocupação de qualquer profissional. A boa notícia é que não é o exercício que aumenta o risco de fraturas, mas sim o sedentarismo, a perda muscular e o desequilíbrio.
Para garantir segurança, é preciso:
✔ Avaliar o grau da osteoporose (densitometria óssea, histórico de fraturas, deformidades)
✔ Evitar exercícios com torção brusca da coluna ou flexões repetidas de tronco
✔ Preferir cargas leves a moderadas, com foco em controle e alinhamento
✔ Priorizar exercícios com apoio (cadeiras, barras, espaldar) no início
✔ Progredir de forma gradual, sempre observando dor e postura
Exemplos de Exercícios Funcionais Seguros
✔ Agachamento parcial com apoio (cadeira ou barra)
✔ Elevação de calcanhares para treino de panturrilha e equilíbrio
✔ Marcha lateral com passo curto e consciente
✔ Step-up em degrau baixo (5 a 10 cm)
✔ Transferência de peso em pé com base segura
✔ Ponte de quadril no solo ou colchonete
✔ Alongamentos posturais com controle respiratório
✔ Caminhada com obstáculos leves e foco em coordenação
Esses exercícios devem ser supervisionados, adaptados ao nível de funcionalidade e sempre acompanhados de feedback do paciente.
Evidências Científicas Reforçam o Uso do Funcional
Um estudo publicado no Journal of Bone and Mineral Research (Watson et al., 2015) mostrou que um programa funcional adaptado com treino de força, equilíbrio e impacto leve aumentou a densidade óssea e reduziu o risco de quedas em mulheres com osteoporose pós-menopausa.
Outro estudo (Kistler-Fischbacher et al., 2021) concluiu que o exercício físico é seguro e eficaz, mesmo em pessoas com osteoporose severa, desde que respeitadas as limitações biomecânicasTrabalhar com idosos osteoporóticos exige mais do que cuidado: exige conhecimento. O funcional, quando bem aplicado, não apenas é seguro, como é um dos melhores caminhos para devolver ao idoso força, postura, equilíbrio e autonomia.
O segredo está em ajustar o exercício ao corpo real do idoso — aquele que carrega limitações, mas também potencial de melhora. Com escuta, técnica e uma boa progressão, o risco cai e a vida ativa renasce.
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