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Mulher se lesiona mais do que homens no esporte

 
Você sabia que no futebol, atletas do sexo feminino têm quatro vezes mais chance de sofrer uma lesão ligamentar do joelho do que o homem? E que na corrida de rua, esta proporção extrapola o índice de um homem para sete lesões mulheres lesionadas para a mesma intensidade e volume dos treinos?

Estudos publicados nos últimos 20 anos mostram que as mulheres não apenas estão se lesionando, mas que o fazem em taxas absurdamente maior que os homens. Sem dúvida, cada vez mais mulheres do mundo todo têm freqüentado campos de futebol, quadras e pistas de corrida. A pratica esportiva, a crescente profissionalização nas mais diversas modalidades e a busca do fitness e da qualidade de vida através do esporte trouxe maior exposição e, conseqüentemente lesões que outrora eram quase que exclusiva dos homens.

Mas, afinal, por que isso acontece? A ciência tenta explicar esta discrepância através de 3 teorias:

a) Neuromuscular:

Autores que defendem a primeira, afirmam que as atletas exibiriam um tempo de recrutamento de grupos musculares e tempo de ativação destes musculos maiores que os observados em homens e que isso poderia afetar a dinâmica de diversas articulações, principalmente o joelho. De maneira mais compreensiva, isso significa que, em uma aterrisagem do vôlei ou a cada passo de uma corrida de rua, o "comando" vindo do cérebro para que a musculatura se contraia de maneira adequada, chega "atrasado", fazendo com que as articulações estejam mal posicionadas e em maior risco de lesão, tanto por micro-trauma repetitivo, quanto para entorses e distenções.

A imagem abaixo mostra a diferença de uma aterrissagem de uma mulher (à esquerda) e de um homem (à direita). Note que os joelhos da mulher caem "para dentro" (valgizado) e em rotação interna e que isso não acontece com o homem.

valgo dinamico


b) Anatômica

A teoria anatomica tenta explicar a discrepancia do indice de lesões entre homens e mulheres através das diferenças morfológicas.

No quadril, a bacia mais larga aumentaria o barço de alavanca sobre os musculos rotadores do quadril, especialmente e os gluteos medio e mínimo, predispondo a bursite e tendinites trocantéricas. No joelho, a patela alta e lateralizada e o sulco troclear raso (trilho por onde a patela deslisa quando se flexiona o joelho) seriam responsáveis por um contato reduzido entre a patela e o femur, e, consequentemente a doenças causadas pea pressão excessiva na cartilagem articular, como a condromalácia, sindrome da hiperpressão lateral, sinovite e hoffite do joelho.

O tamanho e espessura reduzido dos ligamentos  do joelho e tornozelo colocariam estas articulações em risco nos casos de entorses e contusões

Por fim,  eixo dos membros inferiores, ou seja, o formato das pernas das mulheres tende a ser em "X", conhecido na ortopedia como joelho valgo ou genu valgum. Isso seria um fator de maior lateralização da patela, predispondo às doenças do joelho descritas acima, além de causar sobrecarga medial das tíbias, levando à canelite e fraturas de estresse da tibia e a tendinite do tornozelo.

c) Hormonal

A evidência de efeitos dos hormônios sexuais femininos sobre o tecido conjuntivo é ainda limitada. Identificou-se receptores do hormônio relaxina, sintetizado na fase ovulatória do ciclo menstrual e intensamente na gestação. Estudos mostram que este hormonio, cuja função  é a de afrouxar os ligamentos do corpo da mulher, especialmente da bacia, facilitando o trabalho de parto reduz a síntese de colágeno dos ligamentos da mulher em mais de 40% comparado com os ligamentos dos homens, tornando-os mais elásticos e mais frageis.

Os níveis de estrogênio no sangue também estariam ligados à resposta neuro-muscular. Estudos que compararam o índice de lesões  nas diferentes fases do ciclo menstrual mostraram que a mulher se lesiona mais no período mentrual a isso seria atribuído ao atraso da resposta motora ao gesto esportivo. Um estudo interessantíssimo sobre os efeitos do ciclo menstrual e uso de contraceptivos orais em oitenta e seis jogadoras de futebol em  um período de 12 meses mostrou que as atletas que tomaram contraceptivos orais tiveram uma taxa significativamente menor de lesões do que os jogadores de futebol que não tomam contraceptivos orais. Além disso, notou-se que as jogadoras de futebol eram mais suscetíveis de lesões traumáticas entre os dias 1 e 14 de seus ciclos menstr uais.

Além destes fatores, a fadiga muscular, condição comum entre esportistas sem condicionamento físico seria também  apontada como um fator para lesões esportivas  mulheres corredoras. Esta fadiga, causada pelas  forças de reação do solo, cinemática das extremidades inferiores, e ativação muscular durante a corrida comprometeria a função muscular causando atraso da ativação dos músculos isquiotibiais.

Por fim, a maior taxa de lesão entre mulheres e as lesões típicas do genero, associadas às diferenças metabólicas e biomecânicas entre os sexos têm chamado a atenção da ciencia e mudanças tanto na área preventiva, quanto no tratamento de lesões em mulheres devem vir á tona nos proximos anos através de novos estudos.

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