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Funcional na Artrose: Vale a Pena?

 

 


A artrose — ou osteoartrite — é uma condição degenerativa que atinge milhões de idosos e interfere diretamente na mobilidade, autonomia e qualidade de vida. Diante disso, muitos profissionais ainda se perguntam: exercícios funcionais são indicados nesse cenário? E mais importante — eles são seguros e eficazes?

A resposta curta é sim, vale a pena, desde que com os devidos cuidados. Mas vamos além da resposta rápida. Este texto é um convite para refletir com profundidade sobre o papel do funcional no manejo da artrose, seus benefícios, riscos e estratégias clínicas para alcançar resultados reais com segurança.

Entendendo a Artrose: Mais do que Desgaste

É comum ouvirmos que artrose é “desgaste da cartilagem”. Isso é verdade, mas incompleto. A artrose envolve não apenas cartilagem, mas também inflamação articular, remodelação óssea, alteração sinovial e, sobretudo, modificações no controle motor.

Ou seja, a dor não vem só do “osso com osso”, mas de um conjunto de fatores:
✔ fraqueza muscular
✔ alterações no padrão de marcha
✔ limitação de amplitude
✔ medo de se mover
✔ perda de estabilidade
✔ diminuição da propriocepção

É justamente nesse cenário que os exercícios funcionais bem aplicados fazem toda a diferença.

Por que o Funcional Faz Sentido na Artrose?

A proposta do funcional é trabalhar movimentos que se aproximam das atividades da vida diária (AVDs). Em vez de focar apenas em força isolada, como em máquinas de academia, o funcional valoriza o corpo em movimento integrado.

Para o idoso com artrose, isso tem impacto direto em:

  • Capacidade de levantar da cadeira
    Confiança corporal e redução da dor pelo movimento ativo
    Autonomia para subir escadas
    Melhora no padrão da marcha
    Estabilidade para prevenir quedas

Além disso, há ganhos neurofuncionais: ao estimular equilíbrio, coordenação e propriocepção, ajudamos o sistema nervoso a criar novas estratégias motoras mais eficientes e menos dolorosas.

Mas Funcional Não Piora o Quadro?

Essa é uma dúvida comum. O medo de agravar a dor ou causar lesões impede muitos profissionais de prescrever funcional para quem tem artrose. Mas aqui está o ponto: o problema não é o exercício funcional — é o exercício mal prescrito.

Estudos recentes mostram que exercícios supervisionados, progressivos e ajustados à limitação do paciente não só não agravam o quadro, como reduzem a dor e melhoram a função (Fransen et al., 2015; Zhang et al., 2020).

Por outro lado, movimentos mal executados, carga excessiva e falta de periodização podem, sim, piorar sintomas.

Como Prescrever com Segurança?

Aqui vão princípios que você, como profissional, deve observar:

1. Avaliação Funcional é Obrigatória

Antes de pensar no treino, observe:

  • Mobilidade articular
    Presença de deformidades (ex: varo/valgo de joelho)
    Força de MMII
    Padrão de marcha
    Estabilidade em apoio unipodal
    Limite de dor funcional

2. Trabalhe em Cadeia Fechada (com cautela)

Exercícios como agachamentos curtos, mini-step-ups, ponte de quadril e leg press com carga baixa são bons pontos de partida.

Dica: evite amplitudes extremas no início. O objetivo não é explorar o máximo de mobilidade, e sim reensinar o movimento funcional com conforto e controle.

3. Inclua Estímulos de Equilíbrio e Propriocepção

Muitos idosos com artrose desenvolvem um “padrão travado” por medo da dor ou da queda. Trabalhos com bases instáveis leves, deslocamentos lentos e transferências de peso ajudam muito.

4. Foco na Função, Não na Estética ou Força Máxima

O objetivo não é hipertrofia, mas sim autonomia: subir escada, agachar, andar sem dor, levantar da cama.

5. Cuide do Volume e Frequência

  • 2 a 3 vezes por semana
    Sessões de até 45 minutos
    Sempre com janela de recuperação adequada
    Monitoramento constante de dor e fadiga pós-treino

Casos Reais, Resultados Reais

Num estudo com idosos com artrose de joelho (Roddy et al., 2005), exercícios funcionais supervisionados por 12 semanas reduziram a dor em até 35%, aumentaram a força dos extensores em 22% e melhoraram o tempo no teste Timed Up and Go.

Outro estudo mais recente (Zhang, 2020) mostrou que protocolos funcionais que incluíam agachamento assistido, marcha lateral e treino de equilíbrio foram mais eficazes do que alongamentos passivos no ganho funcional.

Conclusão: Sim, Funcional na Artrose Vale Muito a Pena

Quando bem aplicado, o exercício funcional não só é seguro para idosos com artrose — ele é necessário. Ao resgatar a funcionalidade, melhorar padrões motores e devolver confiança ao idoso, o profissional não está apenas tratando um joelho ou um quadril: está reconstruindo autonomia.

E para isso, não basta repetir exercícios decorados — é preciso entender o corpo que se move com dor, ajustar estímulos e conduzir o paciente com segurança e empatia.

 



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