terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Obrigatoriedade é importante para garantir prática de atividades físicas nas escolas



Em pesquisa que entrevistou 572 escolas, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) mostra que apenas 51% dos colégios públicos do Brasil possuem professores de Educação Física e menos da metade dos centros de ensino do país (44,9%), incluindo-se aí as instituições privadas, conta com programa específicos para promover atividades físicas no ambiente escolar.
Segundo a agência da ONU, diante desses baixos índices, marcos legais estabelecendo a obrigatoriedade da disciplina são importantes para garantir a promoção das atividades físicas nas escolas.
Aula de educação física em escola municipal da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Foto: Agência Brasil / Tânia Rêgo

Apenas 51% dos colégios públicos do Brasil possuem professores de Educação Física e menos da metade dos centros de ensino do país (44,9%), incluindo-se aí as instituições privadas, conta com programa específicos para promover atividades físicas no ambiente escolar.
Os números são de um levantamento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que entrevistou 572 escolas de diferentes regiões e níveis socioeconômicos do Brasil — e de todos os níveis de ensino — para avaliar se esses espaços oferecem ou não estímulos à prática de esportes e exercícios.
O objetivo do documento é propor um modelo de aprendizagem — chamado "Escolas Ativas" — que contemple o movimento e as atividades físicas como parte integral do processo de formação. A amostragem, porém, revela que o Brasil está longe de considerar o esporte como uma ferramenta de ensino e empoderamento dos jovens.
Para Andréa Bolzon, uma das coordenadoras da pesquisa e atual responsável pelo Relatório de Desenvolvimento Humano Nacional do PNUD, a educação brasileira ainda é dominada por "um 'paradigma instrucionista' que é calcado por uma perspectiva estreita de que você aprende melhor sentado olhando para o papel".
O relatório lembra que a obrigatoriedade do ensino da Educação Física é determinado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996 e 10.793/2003).

A educação física pode ser
uma disciplina agregadora
para diminuir os índices de
desistência escolar.

No levantamento da agência da ONU, apenas 56% das escolas pesquisadas tinham um professor da disciplina em seus quadros docentes. Quando considerada somente a rede particular, o percentual sobe para 74%. Na rede pública, o índice cai para 51%.
Variações significativas também foram identificadas entre regiões do país. Enquanto no Sudeste e no Sul, 82% e 81% dos colégios, respectivamente, tinham profissionais capacitados para orientar alunos na prática de exercícios, no Nordeste e no Norte, os valores verificados foram de 37% e 29%.
Divulgada durante os Jogos Olímpicos Rio 2016, a análise do PNUD aponta que marcos legais como a legislação nacional vigente parecem ser relevantes para a promoção das atividades físicas nas escolas, uma vez que a frequência e o volume das aulas de Educação Física, bem como a presença de professores especialistas parecem estar relacionados às exigências dispostas na lei.

Outros usos do espaço escolar

O relatório da agência da ONU avaliou ainda outros aspectos que podem contribuir para tornar os colégios — e estudantes — brasileiros mais ativos. Entre eles, a realização de pausas para a prática esportiva e a oferta extracurricular de atividades físicas.
Das 149 escolas de Ensino Infantil entrevistadas, 45% propunham aos alunos momentos livres para a realização de exercícios físicos. No Ensino Médio, a proporção cai para apenas 9% das 111 instituições que fizeram parte do levantamento. Nos Ensinos Fundamentais I e II, os índices também foram pouco expressivos — 18% e 11%, respectivamente.

Numa escola que já não é muito amiga
do movimento, se você tira
a educação física (do currículo obrigatório),
será que ela some?

O padrão se inverte quando avaliadas as oportunidades extracurriculares. Dos centros de ensino secundarista, 60% ofereciam atividades físicas fora da grade de disciplinas obrigatória. No Ensino Infantil, o percentual é de 25%. Nos níveis fundamentais da educação, os valores ficaram pouco acima dos 40%.
A pesquisa também perguntou aos gestores das escolas se os estabelecimentos são usados pelos alunos e pela comunidade fora dos dias úteis para a prática de esportes.
Um quinto das instituições são abertas nos finais de semana para que pessoas possam usar as instalações para fazer exercícios. Apenas 16% ofertam programas de atividades físicas nos sábados e domingos. Quando observado o uso efetivo dos equipamentos pela comunidade, o relatório indica que 34% das escolas são aproveitadas pelo público.

O que precisa mudar

Bolzon aponta que, além da falta de pessoal qualificado, outros fatores contribuem para afastar estudantes das atividades físicas. Entre eles, a insistência em modelos de ensino do esporte que privilegiam sempre as mesmas modalidades.
"Falta diversidade", afirma a especialista, para quem a aprendizagem de outras variedades esportivas poderia tornar a Educação Física mais inclusiva, além de driblar desigualdades de gênero.
Leonardo Mataruna, pesquisador da Universidade de Coventry, no Reino Unido, lamenta que a disciplina ainda seja dominada pelo chamado "quarteto fantástico" — a prática de basquete, futebol, voleibol e handebol.
"Quantos outros esportes a gente poderia desenvolver na escola?", questiona, e cita exemplos como o badminton, o golfe e o rúgbi, que podem trabalhar a motricidade grossa e fina dos alunos, bem como as capacidades de percepção do espaço. "É preciso haver um aumento da cultura esportiva não só dos professores, mas de todo o país. Já passou o tempo de discutir apenas futebol e voleibol".
Mataruna lembra ainda de outras atividades físicas, como a dança e a musculação, que poderiam tornar a Educação Física mais atraente para estudantes. "A educação física pode ser uma disciplina agregadora para diminuir os índices de desistência escolar", aposta o especialista.

Brasil tem altos índices de sedentarismo

Segundo Mataruna, é no Ensino Médio que "sugestões e ofertas da escola vão se transformar em hábitos para a vida toda". Em 2015, o Diagnóstico Nacional do Esporte publicado pelo Ministério do Esporte apontava que 45,9% dos brasileiros eram sedentários. Desse grupo, 48% afirmaram ter iniciada a prática de atividades físicas na escola e 45% disseram ter abandonado a prática de exercícios entre os 16 e 24 anos.
A falta de atividades físicas é identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o quarto fator de risco para a mortalidade a nível global. A agência aponta que o sedentarismo é a causa principal para 27% dos casos de diabetes, 30% das ocorrências de doença arterial coronariana e de 21% a 25% dos episódios de câncer de mama e colorretal.
A OMS destaca que a prática de exercícios pode reduzir as chances de uma pessoa apresentar todas essas doenças e ainda outras patologias, como a depressão, além de reduzir os riscos de fraturas das vértebras e ajudar a controlar o peso.
Para Mataruna, uma maneira de transformar o comportamento dos estudantes — e levá-los a praticar mais exercícios em suas vidas — é apostar na interdisciplinaridade, combinando a prática de esportes ao ensino de outros conteúdos.
A respeito da Reforma do Ensino Médio, cuja proposta inicial em caráter de Medida Provisória acabava com a obrigatoriedade da Educação Física, o especialista aponta que "existe uma redução das oportunidades de interdisciplinaridade".
"Numa escola que já não é muito amiga do movimento, se você tira a educação física (do currículo obrigatório), será que ela some?", questiona Bolzon.
De acordo com a pesquisadora do PNUD, a oferta de atividades físicas é benéfica não apenas por conta dos benefícios para a saúde ou devido às habilidades sociais trazidas pelo esporte, mas também pelas reflexões que podem provocar junto aos alunos.
Segundo ela, as Escolas Ativas podem oferecer conhecimentos que dão autonomia aos alunos, tornando-os aptos a pensar suas relações com o corpo, com padrões de consumo e outras opções de vida e de carreira.
Na semana passada (13), a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda que altera o texto da MP e reintroduz a Educação Física na Base Nacional Comum Curricular, que definirá quais conteúdos serão obrigatórios no Ensino Médio.
Ao final de novembro (30), a Comissão Mista da Câmara responsável por avaliar a proposta da reforma já havia emitido um parecer que decidiu pela retomada da obrigatoriedade do ensino de atividades físicas. A lei, tal como modificada pela Câmara, ainda será analisada no Senado.
Espero que você tenha gostado desse texto.

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Artigo: A importância da iniciação esportiva para o desenvolvimento motor infantil



Estudos relacionados ao desenvolvimento motor não apresentavam grande expressão na área da Educação Física até a década de 70, no entanto, o aumento no volume e na qualidade das pesquisas durante a década de 80 e 90 fez do desenvolvimento motor uma área legítima de pesquisa científica, com grande destaque internacional nos dias atuais (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
O objetivo central dos estudiosos da área de desenvolvimento motor é entender como os seres humanos desenvolvem suas habilidades motoras, analisando o impacto da maturação infantil e das experiências ambientais na aquisição e no aumento da complexidade dos movimentos realizados (ISAYAMA e GALLARDO, 1998).
Nesse contexto, a infância é entendida como um período de grande importância para o desenvolvimento motor, sobretudo porque é nesta fase que ocorrem o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais que servem de base para o desenvolvimento das habilidades motoras especializadas que o indivíduo utilizará nas suas atividades cotidianas, de lazer ou esportivas (GALLAHUE, 2005).
Devido à grande popularidade do esporte em todo país, muitas crianças têm procurado a prática esportiva em idades cada vez mais precoces, sobretudo em modalidades esportivas amplamente divulgadas na mídia e com forte impacto cultural, como é o caso do futebol. Embora a iniciação esportiva possa proporcionar vivências positivas para o desenvolvimento motor da criança, sabe-se que a especialização precoce também pode trazer diversas complicações para o desenvolvimento infantil (FERRAZ, 2009).
Sendo assim, diante da importância da infância para o desenvolvimento motor e das possibilidades de intervenção do profissional de Educação Física nessa fase, o presente estudo teve como objetivo analisar por meio de uma pesquisa bibliográfica, o desenvolvimento motor da criança e o papel da iniciação esportiva durante a infância, dando destaque para a prática da modalidade esportiva futebol.
1. Compreendendo o desenvolvimento motor na infância
O desenvolvimento motor é entendido como as "alterações progressivas do comportamento motor, no decorrer do ciclo da vida, realizadas pela interação entre as exigências da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente" (GALLAHUE e OZMUN, 2005, p.25).
Embora as alterações relacionadas ao desenvolvimento motor possam ocorrer ao longo da vida do indivíduo, é na infância que ocorre a aquisição do repertório motor que servirá de base para as outras fases. É neste período que a criança adquire o domínio de seu corpo em diversas posturas, aprende a se locomover pelo ambiente de diferentes formas e a manipular variados tipos de objetos (SANTOS et al., 2004).
Devido à grande importância da infância no desenvolvimento motor, a maior parte das pesquisas realizadas por pesquisadores brasileiros na área está relacionada à análise do desenvolvimento motor de crianças com idade entre sete e dez anos por meio da avaliação das habilidades motoras fundamentais das crianças e a influência das aulas de Educação Física nesse processo de desenvolvimento (TANI et al., 1988).
No entanto, segundo Isayama e Gallardo (1998), ainda são poucas as pesquisas relacionadas aos padrões básicos de movimento no Brasil, e que os poucos estudos existentes estão relacionados ao desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, baseados na abordagem desenvolvimentista proposta por David Gallahue.
O modelo de desenvolvimento motor de Gallahue é baseado em uma ampulheta heurística que representa o aspecto descritivo do desenvolvimento motor durante a vida do indivíduo em desenvolvimento típico (GALLAHUE, 2005), fornecendo orientações gerais para a descrição e a explicação do comportamento motor e destacando que o nível de aquisição das habilidades motoras é alterável desde o nascimento até a morte (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
O modelo da ampulheta é caracterizado como um modelo bidimensional descritivo que prioriza "a função intencional da tarefa de movimento como expressa nas três categorias de movimento de estabilidade, locomoção e manipulação e as fases de desenvolvimento motor expressas por sua complexidade" (GALLAHUE, 2002, p.109), levando em consideração as propriedades biológicas do indivíduo, as condições e estímulos do ambiente e as peculiaridades da tarefa executada (KREBS et al, 2005).
Este modelo é dividido em quatro fases que apresentam idades aproximadas para ocorrer, sendo denominadas: fase motora reflexiva (desde os quatro meses pré-natal até o primeiro ano de idade) fase de movimentos rudimentares (que se estende até os dois anos de idade), fase de movimentos fundamentais (desde os dois até os sete anos de idade) e fase de movimentos especializados (a partir dos 7 anos de idade).
A fase inicial do desenvolvimento motor é a dos movimentos reflexos, onde a criança realiza suas primeiras formas de movimento, que são movimentos involuntários, controlados subcorticalmente e desencadeados em reação a algum estímulo (CAMPOS, 1998). Os movimentos reflexos são divididos em reflexos primitivos, que servem como agrupadores de informações, caçadores de alimentos e protetores, e reflexos posturais, que auxiliam os bebês a manterem uma posição ereta em uma superfície e são semelhantes a movimentos voluntários (HAYWOOD e GETCHELL, 2004).
A fase seguinte é denominada de fase dos movimentos rudimentares, período onde são encontrados os primeiros movimentos voluntários da criança. Tais movimentos envolvem atividades de estabilização, onde a criança começa a obter o controle da cabeça, pescoço e músculos do tronco, tarefas manipulativas como alcançar, agarrar e soltar, e movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
É na fase dos movimentos fundamentais que a criança tem a possibilidade de descobrir e explorar ainda mais o corpo e novas formas de movimento (PONTES, 2006). Uma vez que as habilidades fundamentais servirão de base para as habilidades motoras especializadas, esta fase é considerada uma fase crítica e sensível no desenvolvimento da criança (ISAYAMA e GALLARDO, 1998).
A fase de movimentos fundamentais é dividida em três estágios: estágio inicial, elementar e maduro. O estágio inicial representa a primeira tentativa da criança, entre 0 e 2 anos de idade, de executar uma habilidade fundamental. Os movimentos são caracterizados pelo uso exagerado do corpo, falta de ritmo e pouca coordenação. Após esse estágio, o indivíduo passa pelo estágio elementar aos 3 e 4 anos de idade, que é caracterizado pelo maior controle, coordenação e ritmo dos movimentos fundamentais, com melhor sincronização espacial e temporal. O último estágio da fase motora fundamental é o estágio maduro entre 5 e 7 anos de idade, no qual as crianças executam movimentos mais eficientes, coordenados e controlados (Gallahue e Ozmun, 2005).
Oliveira (2001) ressalta, em uma pesquisa sobre os movimentos fundamentais na educação infantil, que as crianças necessitam de atividades motoras que desenvolvam suas capacidades de movimento em nível maduro, pois, aquelas que brincam na rua, na escola ou participam de algum programa de iniciação esportiva apresentam melhor desempenho motor, quando comparadas com crianças que ficam horas em frente a uma televisão ou computador (STABELINI, 2004).
Nessa faixa etária a criança deve explorar o ambiente por meio de atividades motoras, como jogos, exercícios físicos ou desempenho de habilidades motoras, para que obtenha alterações positivas em relação ao seu desenvolvimento físico, perceptivo-motor, moral e afetivo (FERREIRA NETO, 2004).
A última fase do Modelo da Ampulheta é denominada fase das habilidades motoras especializadas, na qual a criança passa por 3 estágios: transitório, de aplicação e de utilização permanente. O estágio transitório ocorre aos 7 ou 8 anos de idade, onde a criança começa a combinar e utilizar habilidades motoras fundamentais ao desempenho de habilidades especializadas, com melhor forma, precisão e controle. O estágio de aplicação acontece entre 11 e 13 anos, no qual a criança enfatiza a forma, habilidade e precisão do desempenho motor, sendo um período propício para refinar e usar habilidades mais complexas em jogos, atividades de liderança e esportes escolhidos. O estágio de utilização permanente se inicia aos 14 anos e se estende por toda a vida, sendo caracterizado por um período de utilização do repertório de movimentos adquiridos pelo sujeito durante a vida (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
A fase dos movimentos especializados é um período no qual o movimento torna-se uma ferramenta que será útil para muitas atividades motoras complexas presentes na vida diária, recreação ou jogos esportivos (GALLAHUE, 2005).
Desta forma, é interessante destacar que, tanto maturação quanto experiências ambientais são importantes para o processo de aquisição e desenvolvimento de habilidades motoras (SANTOS, 2002), no entanto, adquirir um estágio maduro das habilidades motoras fundamentais e especializadas só será possível se a criança receber oportunidades diversificadas de movimento (PAIM, 2003). Por isso, diante das possibilidades de intervenção do profissional de Educação Física na infância, destacam-se na seqüência considerações a respeito da iniciação esportiva na infância.
2. Considerações a respeito da iniciação esportiva na infância
Nos últimos anos, a quantidade de crianças que praticam alguma atividade esportiva tem crescido em grande proporção, seja nas escolas, clubes ou nas escolas de esporte. Assim, a iniciação esportiva, compreendida como um período no qual a criança inicia a prática regular, orientada e planejada de uma ou mais modalidades esportivas (SANTANA, 2004), tem recebido muita atenção da área científica, principalmente, no que concerne à faixa etária ideal para o ingresso de uma criança em uma escola de esportes e suas conseqüências na formação da mesma (RAMOS e NEVES, 2008).
Nesse contexto, parece um consenso que a iniciação esportiva infantil deve enfatizar o desenvolvimento motor global das crianças, visto que:
…as crianças e adolescentes necessitam de abundância de oportunidades em uma variedade de atividades motoras vigorosas e diárias, com o objetivo de desenvolver suas capacidades singulares de movimento, contribuindo para a formação de um cidadão apto a participar de programas esportivos em geral e de um consumidor crítico em relação a espetáculos esportivos e informações veiculadas pelos meios de comunicação (KORSAKAS, 2009, p. 46).
Os programas de iniciação esportiva podem promover muitos benefícios para a formação integral da criança, tais como: desenvolvimento das capacidades de desempenho corporal e motor (FILGUEIRA, 2004), aspectos relacionados à cooperação, convivência, participação, inclusão e satisfação (OLIVEIRA e PAES, 2004), além de contribuir para o desenvolvimento bio-psico-social da criança nas faixas etárias posteriores (ARENA e BOHME, 2000).
Para que os programas de iniciação esportiva contribuam para o desenvolvimento multilateral da criança, algumas situações devem ser respeitadas, como, por exemplo, a elaboração de atividades adequadas às diferentes faixas etárias, o respeito ao nível de desenvolvimento de cada aluno, o bom senso (SAAD, 2006) e o maior número de vivências e experiências motoras da criança (BOMPA, 2002).
De acordo com Ré et al (2005), em um estudo sobre o desempenho motor de 268 crianças e adolescentes do sexo masculino freqüentadores de programas de iniciação esportiva, em muitos ambientes esportivos, indivíduos de diferentes estágios maturacionais e faixa etária fazem parte de em um mesmo grupo de treinamento, o que favorece os mais desenvolvidos biologicamente e desmotiva os menos desenvolvidos, gerando o desânimo e a desistência do indivíduo pela prática esportiva.
Neste sentido:

O professor deve ter muito em conta que não deve modelar o menino à semelhança de, e sim ele deve dar uma grande bagagem de experiências motoras, contribuindo para o armazenamento de seu acervo motor, que lhe permita se desenvolver no futuro com grande variedade de habilidades motoras, que não apontariam para um esporte, mas para sua vida diária (INCARBONE, 1990, p.98).
As aulas na iniciação esportiva devem ser compostas por jogos fisicamente movimentados e fáceis, que contribuam para o desenvolvimento motor da criança (DIEM, 1977). Nesse sentido, os professores apresentam papel fundamental nos programas de iniciação esportiva, devendo apresentar uma prática pedagógica consistente, conhecendo seus alunos, identificando suas necessidades e interesses e, posteriormente, utilizando sua criatividade para propiciar, por meio de diferentes movimentos, a livre expressão da criança (APOLO, 1995).
Freire (2003), em um estudo sobre pedagogia do esporte, afirma que a iniciação esportiva infantil, como, por exemplo, o ingresso em uma escola de futebol pode gerar para a criança um repertório de habilidades bastante diversificadas. Mas esse processo dependerá, em especial, do professor que deve possuir conhecimento para auxiliar no desenvolvimento motor da criança por meio da prática do futebol.
Segundo Campos (2004), as atividades nas escolas de iniciação esportiva não precisam ser cansativas e exaustivas para serem benéficas, entretanto, devem ser regulares, movimentadas para contribuírem com o gasto calórico, como também promover uma hidratação adequada, estimular a exposição de uma maior área de superfície corporal ao ambiente para facilitar a dissipação do calor em dias quentes e úmidos.
A prática esportiva deve aliar as experiências dos alunos com um projeto pedagógico, no qual os conteúdos do ensino das habilidades e desenvolvimento das capacidades motoras aconteçam de forma diversificada e motivadora e que oportunize a participação e aprendizagem do maior número possível de crianças (PAES e BALBINO, 2009).
Além dos aspectos motores, a iniciação esportiva pode ensinar valores éticos, sociais e morais por meio das várias possibilidades que a concepção de esporte envolve, auxiliando na formação de um indivíduo preparado para as diferentes situações do cotidiano e permitindo que a criança viva bem, indiferente da modalidade esportiva escolhida no futuro (SCAGLIA, 1996).
Desse modo, tanto na Educação Física escolar quanto nas escolas de iniciação esportiva, é imprescindível que os alunos vivenciem jogos, brincadeiras, danças e outras manifestações corporais, pois, a integração destas experiências contribuirá para as aprendizagens posteriores (GRECO e BENDA, 2006).
3. A prática do futebol na infância
A iniciação ao futebol possui muitas razões para ser recomendada aos programas de esportes juvenis, tais como: pode ser praticado o ano todo, em campos ou quadras; o futebol é fácil de ser ensinado e jogado; desenvolve as técnicas individuais e o trabalho em equipe, é composto por exercícios contínuos e vigorosos; e não exige muitos equipamentos e instalações (UGRINOWITSCH e BARBANTI, 2000).
Mas para jogar futebol, é necessário que os praticantes dominem os fundamentos em alta velocidade, sem perder o equilíbrio e a objetividade, por isso, o trabalho de iniciação ao futebol e futsal com crianças e adolescentes dever ter uma adaptação adequada, sendo fundamental o respeito ao grau de desenvolvimento de cada aluno, além de satisfazer seus interesses e necessidades (GOMES e MACHADO, 2001).
Para Gomes e Souza (2008) o treinamento de futebol deve ser realizado a longo prazo, compreendendo 3 fases. Na infância deve ocorrer a fase de preparação básica, cujo objetivo principal é o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais e a melhoria de capacidades funcionais e de adaptação. Nesta fase, o treinamento passa por 2 etapas: a etapa de preparação preliminar, que se estende dos 6 aos 11-12 anos de idade e que deve estimular a consolidação da saúde do praticante, desenvolvimento da preparação física multilateral, domínio das habilidades motoras e preparação teórica; e a etapa de especialização inicial, entre 13 e 15 anos, onde o treinamento deve ser mais especificamente relacionado ao futebol, visando a preparação multilateral para a especialização no futebol por meio de mini-jogos e exercícios de preparação geral.
A fase de preparação especializada, segundo esses autores, se estende dos 16 aos 28 anos e deve ser caracterizada por exercícios específicos relacionados às exigências metabólicas e motoras do futebol, com o objetivo de aperfeiçoar o rendimento. Já a última fase é a de longevidade desportiva, observada entre os 28 e 32 anos e tem como objetivo principal a manutenção do alto rendimento e dos bons resultados.
Gallahue e Ozmun (2005) defendem que o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é essencial para o desenvolvimento motor global da criança, sendo que estas habilidades servirão de alicerce para a aprendizagem dos fundamentos técnicos do futebol. Esse desenvolvimento das habilidades fundamentais é imprescindível para a aprendizagem do futebol, pois,
… muitas habilidades de um jogador de futebol são caracterizadas por movimentos fundamentais de manipulação, como as técnicas dos jogadores de linha (chute, passe, recepção, drible, condução de bola) e os fundamentos técnicos do goleiro (arremesso, defesa alta, defesa baixa, saídas de gol); movimentos de locomoção, como as corridas, o trote, saltos (cabeceios); e os movimentos de estabilidade e equilíbrio, como os axiais (habilidade para o gol, marcação, desvio do adversário) (HITORA e PAIANO, 2007, p.101-102).
Para que esse objetivo seja alcançado, o professor ou treinador de futebol deve evitar métodos de treinamento pouco motivantes, exercícios fragmentados e a busca de novos talentos por meio da especialização precoce (SCAGLIA, 1996). Por outro lado, na fase de iniciação ao futebol, deve-se estimular a criatividade da criança por meio de jogos, que além de aprimorarem a técnica exigida no futebol, propiciem situações reais de jogo, isto é, situações na qual o jogador tem que perceber e analisar o que está acontecendo ao seu redor, encontrar uma solução mental e desempenhar com sucesso a solução motora mais apropriada (CORTEZ, 2006).
Dessa forma, o trabalho do professor ou treinador na fase de iniciação ao futebol deve ser embasado no ensinamento do esporte, por meio de métodos apropriados às diferentes faixas etárias, garantindo uma prática esportiva saudável e prazerosa, sem se preocupar com resultados em competições ou com o rendimento da criança (ANDRADE JUNIOR, 2007).
Quando se fala sobre o processo de ensino-aprendizagem do futebol, muitas propostas pedagógicas indicam os passos que o professor deve respeitar, mas além da proposta pedagógica utilizada, Freire (2003) destaca 4 princípios básicos que o professor deve seguir ao trabalhar com iniciação ao futebol: 1) ensinar futebol a todos; 2) ensinar futebol bem a todos; 3) ensinar mais que futebol a todos; 4) ensinar a gostar de esporte.
Essa afirmação do autor mostra que o professor tem que conhecer as capacidades técnicas, táticas e físicas necessárias para a prática do futebol, mas também outros aspectos importantes que a prática do futebol pode influenciar como o desenvolvimento social, moral, afetivo e cognitivo da criança. E para que a criança aprenda a gostar de esporte, o professor deve propor atividades que sejam lúdicas e, acima de tudo, atividades que todos os alunos sejam capazes de participar.

Considerações finais

Face ao que foi exposto e tendo como base o referencial teórico, percebe-se que o desenvolvimento motor é extremamente importante para o crescimento e desenvolvimento global da criança, uma vez que uma criança ao possuir boas habilidades motoras, terá maior sucesso na prática esportiva e, consequentemente, terá maior capacidade para realizar tarefas cotidianas na vida adulta.
Porém, o desenvolvimento motor infantil é influenciado por diversos fatores, como a maturação, nível socioeconômico e as vivências motoras, sendo esta última um dos fatores mais importantes para a melhor aquisição das habilidades motoras.
E uma dessas experiências motoras é a iniciação esportiva, que se aplicada com uma metodologia correta, evitando a especialização precoce da criança e proporcionando atividades lúdicas e criativas que possibilitem a exploração e descoberta de movimentos, pode auxiliar na aprendizagem das habilidades motoras fundamentais, que serão essenciais para a prática esportiva e para a vida cotidiana.
Nesse contexto, a prática do futebol pode ser muito benéfica ao desenvolvimento motor da criança como uma forma de experiência motora. Entretanto, a iniciação ao futebol deve ser realizada de forma adequada, respeitando o grau de desenvolvimento de cada aluno, satisfazendo seus interesses e necessidades e acima de tudo, proporcionando à criança um repertório de habilidades motoras bastante diversificado.
Em síntese, percebe-se que o desenvolvimento motor é fundamental para a vida de um indivíduo e, neste processo, a iniciação esportiva é imprescindível para que a aquisição das habilidades motoras seja otimizada pela criança, sendo a prática do futebol uma excelente forma de experiência motora para a criança.
José Roberto Andrade do Nascimento Júnior
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PONTES, E. A. A inserção de atividades esportivas para crianças do pré-escolar no Programa Segundo Tempo. Brasília, 2006. 35p. Monografia (especialização), Universidade de Brasília.
RAMOS, A. M.; NEVES, R. L. R. A iniciação esportiva e a especialização precoce à luz da teoria da complexidade: notas introdutórias. Revista Pensar a Prática. Goiânia: 11/1, p.1-8, jan/jul. 2008.
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5 grandes hábitos para uma vida saudável




Ficar doente não é nada agradável, afinal, não tem nada pior do que ser obrigado a tomar remédios e ir ao hospital com frequência.

Os princípios fundamentais para ter uma boa saúde são basicamente seguir uma dieta saudável, evitar o uso de drogas, álcool, fumo, além de uma dieta balanceada e a praticar exercícios físicos regularmente. Estes atos simples podem ser integrados às nossas vidas diárias e nos ajudar e ter uma vida longa, saudável e feliz, pois, é através deles que conseguimos evitar a maioria das doenças. Aprenda 5 hábitos para ter uma vida mais saudável:

1 – Alimentação saudável – É muito importante seguir uma dieta equilibrada em frutas, legumes, cereais, leite e hortaliças. Também é aconselhável comer pouca carne e uma grande quantidade de alimentos crus (frutas e vegetais crus), pois, eles contém vitaminas e minerais que ajudam a proteger o corpo contra doenças.
Não se esqueça da importância da água! Beber bastante água é fundamental para o nosso organismo funcionar corretamente, uma vez que ela controla a temperatura do corpo, regula o intestino e elimina as toxinas.

2 – Praticar esportes – Caminhar, correr, nadar, andar de bicicleta, uma ou duas vezes por dia, é essencial para manter o corpo saudável e em forma. Atividades como yoga ou outras práticas como passear com a família no fim de semana também ajudam a nos manter saudáveis.

3 – Evitar drogas, fumo e álcool – Todos sabemos que eles causam muitas doenças e geralmente encurtam a sua vida de forma significativa. Entéao, se você quiser viver mais tempo, cuide do seu corpo!

4 – Durma bem – Dormir bem é fundamental para se sentir bem. A falta de sono pode afetar a nossa vida pessoal e profissional, trazendo diversos problemas como falta de concentração, irritação e fraqueza muscular. O ideal é que um adulto durma de 7 à 8 horas por noite. Se você tem dormido pouco, isto pode ser um sinal de que algo não vai bem com o seu organismo e que você precisa mudar alguns hábitos diários para se sentir melhor.
Atividades físicas, yoga ou meditação são alternativas que funcionam para muitas pessoas, porém, se você não encontrar nenhuma maneira para relaxar, consulte um médico.
Para estar bem consigo mesmo é preciso principalmente viver na proporção certa de atividades pessoais e profissionais.

5 – Pense positivo – Evite os pensamentos negativos. Os pensamentos positivos levam a sentimentos e emoções otimistas que têm um efeito renovador sobre o seu corpo. Utilize frases, idéias e livros que te tragam motivação e sentimentos positivos.
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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Ciclismo pode funcionar como ginástica localizada

 

Entre os benefícios do ciclismo, estão a praticidade, o custo (após o investimento inicial), a diversão e, principalmente, a saúde. Andar de bicicleta ajuda o organismo e o coração, mantendo longe doenças crônicas como obesidade, colesterol alto e hipertensão.

O ciclismo é uma excelente atividade aeróbica, afinal trabalha movimentos repetidos e constantes e, assim, equilibra a pressão e os níveis de triglicérides e gera perda de peso. Também se trata de boa atividade muscular, pois trabalha com intensidade um grande grupo de músculos do nosso corpo (principalmente as pernas, mas os braços, tórax e dorso também, para garantir equilíbrio).

As diferentes situações de terreno, como declives, trazem variações interessantes, que exigem partes diferentes da musculatura. Devem ser colocados na balança também os benefícios emocionais: o ciclismo melhora o equilíbrio e a confiança, relaxa, combate o estresse e melhora o humor de quem o pratica. Isso tudo com uma grande vantagem em relação a muitos esportes do cotidiano: a atividade não tem impacto, ou seja, a probabilidade de lesões é bem menor. Como se diz, andar de bicicleta é uma coisa que não se esquece. Então, se você não consegue se adaptar ao ambiente enclausurado de uma academia, pense em resgatar esse hábito que você não pratica desde a infância. Se a sua cidade não possui ciclovias ou ruas seguras, procure um parque. Se praticado sem exageros, não há restrições – todo mundo pode aderir.

Cuidados ao ingressar no ciclismo

Se você sabe que não está bem condicionado fisicamente e passou por um longo período de sedentarismo, convém procurar uma avaliação médica – inclusive cardiológica - antes de começar a praticar o ciclismo. Assim, você pode ter uma orientação de volume e intensidade de exercícios que você pode praticar sem exagerar. O ideal ainda é definir isso com o auxílio de um profissional de educação física. No caso de você pedalar por mais de uma hora, é indicado, no meio do trajeto, ingerir algum alimento que contém carboidrato, como barra de cereal ou sachê especial para atletas, que pode ser facilmente ingerido. Isso porque sua demanda energética será intensa.

Tendo em mente esses cuidados, agora você precisa atentar para a ergonomia – exercitando-se na postura correta – e segurança, certificando-se de que tem todos os equipamentos necessários. O guidão da bicicleta deve ficar na altura da cintura. Se ele ficar muito baixo e muito afastado do seu corpo, há sobrecarga nos braços, ombros e coluna vertebral. Preste muita atenção nisso, pois nas primeiras voltas isso pode não lhe incomodar ou você pode se acostumar, mas a repetição dos movimentos em uma postura inadequada pode ter implicações sérias, ocasionando dores crônicas concentradas em determinados locais, o que pode ser muito desagradável.

Por fim, depois de se certificar que a sua bicicleta está em dia, com todos os ajustes necessários – que proporcionam uma postura correta e não exigem esforço físico em demasia – equipe-a adequadamente. Os itens indispensáveis são o capacete; sinalização noturna traseira, dianteira, lateral e nos pedais; espelho retrovisor (no lado esquerdo é obrigatório); e campainha. Se você for pedalar em uma via pública, não se envergonhe em usar tantos apetrechos de segurança quanto achar necessário, como joelheiras, cotoveleiras, luvas, roupas especiais, etc.

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Artroscopia do Joelho nos Esportes



O joelho é a maior e uma das mais importantes articulações do corpo. Nela convergem ossos, cartilagens, meniscos, ligamentos, músculos, tendões e cápsulas articulares. A integração desses vários elementos faz desta articulação uma estrutura muito complexa e de grande mobilidade. Por tudo isso, além de suportar o peso quase total do corpo e estar exposta a todo tipo de traumatismos, acidentes e doenças, o joelho sofre lesões com muita frequência. É muito difícil encontrar-se alguém de idade avançada que em algum momento da vida não tenha tido problemas com os joelhos.
Devido ao uso frequente, desgaste e risco de quedas ou acidentes associados com as atividades esportivas, os atletas são muitas vezes suscetíveis a lesões ortopédicas (como fraturas, lesões musculares, tendinosas e ligamentares) e precisam se recuperar logo para retornar à sua prática.

Atividades distintas colocam áreas diferentes do corpo em maior risco de danos ou lesões, por isso é importante tomar as precauções necessárias para se proteger durante a prática de esportes. O tratamento para estas condições pode envolver cirurgia, imobilizações, fisioterapia e repouso. Dentre as cirurgias, a artroscopia pode entrar como método de diagnóstico ou de tratamento.
A artroscopia do joelho possibilita um diagnóstico mais preciso do que está ocorrendo no interior da articulação e permite certas intervenções terapêuticas.
Porém, antes de sugerir uma artroscopia o médico terá feito uma história clínica e exame físico detido e pedido radiografias ou ressonância magnética para avaliar os ossos e demais estruturas do joelho. Com a artroscopia ele pode realizar alguns procedimentos terapêuticos como remoção, reconstrução ou reparo de meniscos ou ligamentos, remoção de fragmentos ósseos ou de cartilagem soltos no interior de uma articulação ou de tecido sinovial inflamado, etc.
A artroscopia do joelho é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo, utilizado para diagnosticar e/ou tratar doenças dessa articulação. Ela permite ao médico ver o interior da articulação e os seus vários elementos.

Para evitar que lesões esportivas ocorram, é importante que os atletas cuidem de si mesmos antes, durante e depois da atividade física. Isso ajuda a garantir a saúde atlética a longo prazo.

É importante ter cuidado na prevenção de lesões nos joelhos e cuidados adequados ao primeiro sinal de uma lesão esportiva, porque o uso continuado e atividade pode levar a ainda mais danos. Mesmo que o aluno queira retornar à atividade física o mais rápido possível e se tenha uma ampla gama de opções de tratamento para curar a lesão e protegê-lo de futuras, é preciso prestar atenção na prevenção e no cuidado imediato.
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Atividade Física é o ponto central da Reabilitação Cardiopulmonar



O exercício tem um papel muito importante para a promoção da saúde e ainda mais relevante como ferramenta terapêutica para indivíduos com doenças como afecções cardíacas, pulmonares (doença pulmonar obstrutiva crônica), metabólicas (diabetes, obesidade, dislipidemia, síndrome metabólica e no pós-operatório de cirurgia bariátrica) e oncológicas.

Estudos científicos demonstram que o programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica é tão ou mais eficiente que muitos dos medicamentos utilizados. O melhor resultado vem da combinação das medicações e do programa de reabilitação. Assim como os medicamentos, o exercício terapêutico demanda prescrição com "dose" (intensidade), frequência e duração.

A avaliação médica especializada deverá ser realizada para a adequada análise de risco (determinada por histórico, exame clínico e exames complementares), avaliação funcional, determinação do nível de supervisão, nível de esforço a ser respeitado e definição de objetivos a serem atingidos, ou seja, para a prescrição individualizada do programa de exercícios.

O programa de exercícios atua na melhora da capacidade cardíaca, pulmonar e musculoesquelética; no controle da pressão arterial; do perfil lipídico (colesterol e triglicérides); na tolerância à glicose (relacionada ao diabetes); no controle ponderal; na saúde mental; na imunidade; e no sono. Há também uma comprovada redução da morbimortalidade associada às doenças cardiovasculares, que constituem a principal causa de morte no Brasil.

Além disso, são baixíssimas as taxas de efeitos colaterais. Estudos comprovam que, seguidos os devidos cuidados, a prática é muito segura. As contraindicações são pontuais e bem estabelecidas, e os cuidados e níveis de supervisão necessários para as diferentes condições são claramente definidos.
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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

VO2 e Limiar Anaeróbio na prescrição de atividade física



O VO2 seria a maior capacidade de oxigênio que uma pessoa consegue utilizar do ar inspirado enquanto faz um exercício físico aeróbico. Ele pode ser estimado por uma série de testes e fórmulas, mas seu valor exato só pode ser medido através do Teste Cardiopulmonar do Exercício (TCPE) também conhecido como Ergoespirometria. Ele tem uma grande importância para todos os tipos de adeptos do esporte que desejam conhecer mais o seu corpo e ter assim uma melhor performance no asfalto. Conhecendo o seu potencial respiratório, será mais fácil descobrir o seu limite e os melhores treinos para aumentar o desempenho.

O Limiar Anaeróbio ou 1º Limiar Ventilatório é o ponto do exercício no qual inicia-se o acúmulo de lactato no sangue, com consequente tamponamento pelo sistema do bicarbonato, elevação da produção de gás carbônico (VCO2) e necessidade de aumento da ventilação para a sua excreção. O o 2º Limiar Ventilatório, ou Ponto de Compensação Respiratória, que é o momento no qual se detecta a incapacidade do sistema metabólico em tamponar a acidose progressiva, resultando na necessidade de se excretar maior quantidade de CO2 através de maior hiperventilação. O Limiar Anaeróbio  é baseado no comportamento que as concentrações de lactato sanguíneo apresentam em diferentes intensidades de esforço.

Quando estamos fazendo um teste progressivo que aumenta a carga a cada tempo pré-determinado, antes de chegarmos no VO²Máximo, nosso corpo passa por vários processos fisiológicos, sendo dois deles muito importantes para determinarmos a intensidade de treino. São eles os limiares anaeróbicos, ou Limiar I e Limiar II, indicadores de mudança fisiológica no nosso corpo, e podem nos ajudar na determinação da carga de treinamento, além de ajudar a descobrir melhoras no desempenho de um atleta.

Portanto, os limiares 1º e 2º são importantes para a prescrição do exercício pois realizá-lo muito abaixo do 1º Limiar não promove condicionamento, e muito próximo ou acima do 2º Limiar traz o risco de se trabalhar em acidose descompensada, o que não é saudável, pois aparece a hiperventilação, ao passarmos desse ponto é provável que a pessoa não aguente mais muito tempo de exercício naquela intensidade.

O percentual do VO2 no Limiar Anaeróbio está em torno de 50% do VO2 máximo em indivíduos normais, elevado a mais de 70% em atletas e rebaixado a cerca de menos de 30% em doentes graves.

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VO2max e a Corrida



O VO2 Máx. é de importância para todos os tipos de adeptos do esporte que desejam conhecer mais o seu corpo e ter assim uma melhor performance no asfalto. Conhecendo o seu potencial respiratório, será mais fácil descobrir o seu limite e os melhores treinos para aumentar o desempenho.

O VO2 Máx. é o consumo máximo de oxigênio que o atleta pode captar e transportá-lo para a corrente sanguínea, sendo assim, quanto maior a quantidade de oxigênio absorvida, maior a capacidade respiratória do atleta. O VO2 Máx. é como um motor de um carro, em que existem vários tipos de potência, como 1.0, 2.0 etc, pegando assim o combustível e transformando em energia.

O condicionamento físico ideal para a saúde e participação em provas desportivas, como a corrida, deve atender algumas exigências relacionadas às capacidades motoras em seus níveis satisfatórios.

Assim, por exemplo, é desejável que o corredor apresente um nível razoável de força e resistência nos músculos do tronco e membros superiores e inferiores, bem como uma capacidade cardiovascular e respiratória suficiente para cumprir as tarefas da preparação para as competições.

Um dos aspectos mais importantes a serem considerados em uma avaliação física destinada aos corredores é o nível do seu condicionamento aeróbico, que pode ser determinado pela medida e avaliação do consumo máximo de oxigênio ou VO2max.

De modo simples, podemos dizer que o VO2max representa a capacidade orgânica em absorver, transportar e utilizar o oxigênio do ar atmosférico para a produção da energia via aeróbia, o que torna possível que os músculos trabalhem durante um prolongado período de tempo.

Essa capacidade orgânica, que também podemos chamar de resistência aeróbia, é fundamental para o sucesso nas corridas de fundo, sendo o seu desenvolvimento e aperfeiçoamento o principal aspecto da preparação do corredor ao longo dos anos.

Independente de qual o teste para medir capacidade de VO2 max seja usado ou  seja o melhor, o objetivo de qualquer teste é trazer informações sobre o estágio em que se encontra o corredor e, a partir disso, proporcionar um modo seguro para determinar o seu rendimento nos treinos e competições.

O teste de VO2max poderá ser realizado a cada 8-10 semanas, sempre com a intenção de verificar o nível de condicionamento aeróbico e a evolução do mesmo durante um período da preparação, além de importante ferramenta para determinar os valores (intensidade e quilometragem) que serão utilizados no treinamento.

O corredor, em qualquer situação de treinamento, deverá estar com a saúde em dia (exames médicos atualizados) e, se possível, ser orientado por um profissional da Educação Física, que saberá conduzi-lo de modo seguro e eficaz.
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