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Cadeias Musculares no cotidiano do profissional de Educação Física




Quando eu entrei na faculdade de Educação Física e comecei a ouvir o nome de "cadeias musculares", passei um bom tempo sem entender o que era e como essas cadeias poderiam agir no movimento. Como só "paguei" a cadeira de cinesiologia no quinto período, fiquei um bom tempo sem compreender a importância delas.

O conceito de "cadeia muscular" nasceu em 1947 nas mãos do fisioterapeuta francesa Françoise Mézières, que passou mais de quarenta anos estudando o funcionamento da anatomia para melhorar seus tratamentos terapêuticos. Ela inovou e, desde então, tem havido muitos que têm estudado e aprofundou o conceito de cadeias musculares ou meridianos miofascial, entre outros Godelieve Denys-Struyf (método GDS) ou Léopold Busquet (método Busquet).

Os estudos de Françoise Mézières facilita a vida de quem estuda e procura entender o movimento não só na fisioterapia, mas na Educação Física também.  Cada "método" tem o seu valor, seja o GDS, Busquet, os estudos feitos por Marcel Bienfait, os trilhos anatômicos de  Tom Mayers. Estude o que cada um fala. O conhecimento do corpo, seja por qual visão for, vai trazer uma melhor efetividade no movimento.

Mas esse post vai falar um pouco mais sobre os estudos da "patrona", madame Françoise Mézières. Ela conceituou Cadeias Musculares em 1947 assim:

"É um conjunto de músculos de mesma direção e sentido que trabalham como um só músculo. São geralmente poliarticulares e se recobrem como as telhas de um telhado."
Desde então, propagou Três Leis regem as cadeias musculares:

- 1ª Lei: "toda tentativa de correção local irá gerar uma compensação a distância";

- 2ª Lei: "toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular resulta em uma tendência em rotação interna dos membros;

- 3ª Lei: "toda tentativa de tensionamento de uma cadeia muscular leva a uma tendência de bloqueio respiratório em apnéia respiratória".

Ou seja, se acontecer um encurtamento ou tensão em algum músculo isso pode acarretar um desequilíbrio na postura do indivíduo. Nenhum músculo se move sozinho. Sempre que um deles se contrai gera movimento e acomodação em outros músculos formando um conjunto.

Para podermos avaliar o aluno, precisamos entender o aparelho locomotor com as suas variações, tanto nos movimentos quanto nas suas posições e visando uma melhor compreensão dos desequilíbrios e alterações nos padrões posturais.

Essas alterações na postura se dá através do encurtamento dos músculos anti gravitacionais, onde sua função é distinta, há necessidade de distinguir o seu alongamento, desses músculos que compõem o Sistema Músculo-esquelético, responsável pela manutenção de postura, sendo necessário um alongamento da cadeia acometida como um todo.

É tão comum observar encurtamento de determinados grupos musculares em indivíduos que realizam programas de treinamento físicos baseados exclusivamente na realização de exercícios concêntrico contra-resistido.

Trazendo para a prática, professores de Educação Física tem uma grande dificuldade em conscientizar os indivíduos que frequentam academias de ginástica, com o objetivo de hipertrofiar determinados grupos musculares, de que é necessário realizar simultaneamente um programa adequado de alongamento muscular. Para os alunos o alongamento seria uma perda de tempo e poderia também prejudicar a obtenção da hipertrofia tão desejada ou competir com ela. Observando os princípios da Cadeia Muscular, esse tensionamento causado sem o alongamento necessário faz com que o movimento não tenha o resultado esperado. Isso é só um exemplo do que  conhecimento do assunto cadeias musculares pode trazer para o dia a dia do profissional de Educação Física.

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