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Prédios aderem a consultorias para aproveitar academia de ginástica

Foto: Claudia Silveira/G1

 

Piscina com raia olímpica, sala de ginástica e quadra poliesportiva podem até agregar valor aos novos prédios em São Paulo, mas nem sempre são usadas pelos condôminos, que não sabem o que fazer com toda essa infraestrutura. Por causa desse espaço ocioso em muitos prédios, profissionais de educação física estão investindo em um novo tipo de serviço: gestão esportiva em condomínios.

"Há uns três anos, eu só tinha ouvido falar em uma empresa que oferecia esse tipo de consultoria. Hoje em dia, devem existir umas 30 só aqui em São Paulo", calcula Dostoiévscki Vieira, diretor do Mega Pró-Síndico, evento que começa nesta quinta-feira (6), em São Paulo, e que reúne novidades para condomínios em setores como segurança e bem-estar.
Se não fosse a consultoria de profissionais, a atividade física não faria parte do dia-a-dia de Carolynne Boulos, de 29 anos. Moradora de um condomínio com ampla sala de ginástica, ela frequenta a área cinco vezes por semana.

"Se não fosse assim, eu usaria, no máximo, a esteira. Eu não faria outros exercícios porque não tenho conhecimento em musculação, por exemplo", diz Carolynne, que até chegou a se matricular em uma academia de ginástica há algum tempo, mas desistiu "porque era complicado pegar o carro, enfrentar o trânsito e ainda estacionar na rua".
Como funciona
A primeira mudança que os moradores percebem com a gestão esportiva é a criação de um cronograma de aulas, muito parecido com o esquema de uma academia de ginástica. Os condôminos podem, por exemplo, ter aulas de alongamento diariamente às 6h, de musculação entre as 7h e as 10h ou de hidroginástica às 20h.

"A diferença é que ninguém precisa pegar o carro para ir à aula. É só usar o elevador", diz a ex-tenista Patrícia Medrado, diretora da Qualy Sports. O acompanhamento de um profissional formado em educação física, diz Patrícia, é imprescindível em uma sala de ginástica, pois ajuda a diminuir o risco de lesões e acidentes.

Outra vantagem apontada pelos consultores esportivos está na maior conscientização sobre a importância das atividades físicas e a socialização entre os moradores do mesmo condomínio. "Em vez de ficar uma pessoa sozinha com um personal trainner, dá para todos interagirem durante as atividades", diz Patrícia.

O professor de educação física Anderson da Costa Santos trabalha em um condomínio no Brooklin, na Zona Sul de São Paulo, e conta que, antes de começar a consultoria, os condôminos mal se falavam. "Era só um 'boa noite' ou 'bom dia'. Hoje, eles marcam festas e até viagens, além da descontração dentro da sala de ginástica".

Infraestrutura
A gestão esportiva nos condomínios tem agradado aos moradores porque, além de promover atividades, cuida da segurança e da manutenção dos equipamentos.

"A gente observa qual a melhor distribuição dos aparelhos e até se o piso é adequado para determinada atividade física. Há muitos condomínios que acabaram de ficar prontos e ninguém tinha se dado conta de que há mais equipamento do que o necessário", diz Patrícia.

Condomínios que não têm piscina com raia olímpica ou até mesmo sala de ginástica não precisam ficar de fora desta tendência. O professor de educação física Eduardo Prado, sócio-proprietário da 3S Esporte, afirma que é possível ter aulas de alongamento, capoeira ou danças no salão de festas, por exemplo. "Cada condomínio calcula o que quer e o que pode gastar", acrescenta Prado.

Preços
O valor a ser pago individualmente pela gestão esportiva vai depender da quantidade de apartamentos no condomínio e na quantidade de atividades físicas que os moradores desejam ter diariamente.

O pacote mensal com 6h de musculação diárias custa, por exemplo, R$ 6 mil na empresa comandada pela ex-tenista Patrícia Medrado. Esse valor inclui dois professores disponíveis para os alunos. "Os professores são contratados pela consultoria, que assume todos os encargos trabalhistas", completa Patrícia.

Se o valor foge do orçamento do condomínio, dá para ter duas aulas semanais de natação por cerca de R$ 600 mensais, por exemplo, divididos pela quantidade de apartamentos.

O professor de educação física Eduardo Prado faz os cálculos: em um condomínio com 200 apartamentos, por exemplo, aulas de musculação diárias em horários pré-determinados podem sair a partir de R$ 15 por residência.


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